Nova rede social para cientistas vem sendo usada como forma de burlar o tradicional sistema editorial de artigos científicos.
A ciência tende a ser cada vez mais aberta e coletiva. Influenciadas pela internet, novas iniciativas de publicação e revisão por pares, como o Peerage of Science (tema dereportagem recente), o arXiv e a PLoS, confirmam essa tendência, que começa, aos poucos, a despontar também nas redes sociais.
O maior exemplo disso é o ResearchGate, espécie de Facebook para cientistas que já reúne quase um milhão e meio de pessoas pelo mundo, 40 mil só no Brasil, onde chegou no início deste ano.
O objetivo do site é criar perfis acadêmicos de pesquisadores e também servir de local de discussão. Lá, os usuários cadastrados podem apresentar ao mundo sua formação, área de interesse e disponibilizar suas publicações, além de participar de fóruns e comunidades de seu interesse.
No entanto, seguindo uma tendência de burlar o sistema estabelecido pelas editoras – em que autores esperam, revisores não recebem nada em troca e periódicos, muitas vezes, cobram por acesso e publicação –, membros da comunidade científica vêm usando o ResearchGate para compartilhar artigos fechados e pedir por revisões informais de artigos.
Como a maioria dos periódicos autoriza os cientistas a disponibilizar links para seus trabalhos em suas páginas pessoais, muitos usuários fazem isso no perfil do ResearchGate. Já são mais de 50 milhões de publicações disponíveis para download nosite.
“Vejo cada vez mais autores fazendo o uploadde seus artigos no site, permitindo acesso aos usuários que não querem pagar taxas elevadas às editoras para ler um artigo que lhes interessa”, diz Arnab Chakrabarty, engenheiro eletrônico do instituto de pesquisa da empresa de tecnologia americana MEMC e integrante de uma comunidade de discussão sobre ciência aberta no ResearchGate.

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